Tão estranha é a arte de amar para destruir...usando-se da palavra amor para justificar o desejo, o egoismo e a frieza...para matar a fome de um espírito vazio...que apenas utiliza-se do objeto amado...sem o qual a vida é nada, sem o qual se quer morrer.
Confundimos desejo com comunhão quando somos acometidos pela fome e não podemos ver a verdade...verdade daquele que agora vemos em parte, mas então veremos face a face...é só o amor que conhece o que é verdade.
Mas quem ao menos uma vez amou, sem interesse próprio? Sem apego? Quem consegue não querer mais que bem querer? Ou cuidar que se ganha em se perder?
Com braços e mãos abertas podemos amar...e ir além...não poderíamos possuir o que nos é intrínseco, nem mesmo o nosso sangue...o coração da verdade sempre perdurará, não importa o quanto tentemos resistir.
Neste mundo de tantas ilusões e delusões o desejo é a dor...a esperança é a chance para a morte...o apego é a abertura para a perda...ser humano dói, em todos estes momentos por segundo...O amor, salvo do apego, é o mais próximo que se chega da própria divindade...e é só este sopro de divindade que nos acalenta... o amor transcende...o amor une.
Nada que existe é independente, tudo está interligado...somos gotas do oceano do amor, não possuímos nada...no máximo estamos por ele possuídos...sempre aprendendo a escapar ou a não resistir à dor, cada que vez que a sentimos...
Mas muitos são solitários ao andar por entre a gente...muitos se prendem por vontade, sentindo inveja ou envaidecendo-se..até terminam com a vida desculpando-se com o que pensam ser o maior e mais sublime amor...pobres, nunca conhecerão a plenitude daquele que é a única verdade...daquele que jamais acaba...do amor (Deus).
Brindemos a oportunidade humana com muito amor...amor próprio..amor de aceitação...compaixão...amor paciente...amor com paz...amor que flui por entre nós e através de nós..amor amor.